Colocando-se também como voz que conversa com as “manas”, por meio de suas novas “cartas brasileiras”, que se entremearam a ensaios críticos e amostras literárias, Priscila apresentou um trabalho que conseguia reafirmar a importância da revisão das hierarquias e dos estatutos estabelecidos por uma visada masculina, patriarcal da relação de leitoras e autoras, intérpretes e livros, mais uma vez borrando as fronteiras entre objeto e perspectiva, inserindo-se como parte do processo que analisa e reconhecendo-se como beneficiária e partícipe da conversa que busca, ainda hoje, não apenas atualizar as discussões de Mariana e em torno de Mariana, mas na verdade dar a ver, renovadamente, aquela mulher original, hoje já transformada em mito e matéria literária: buscando maneiras cada vez mais refratadas de gerar dela uma imagem mais direta.
Caetano W. Galindo
Manas — e manas somos todas nós —, absolutamente fascinante a leitura de Cartas feministas: mulheres e literatura nas Novas Cartas Portuguesas! Priscila Finger do Prado faz das suas cartas o nosso ponto de encontro, onde podemos escutar o som das nossas vozes de mulheres, o som, enfim, das nossas vozes de gente.
Jane Tutikian