Decorridos quase quinze anos, publica-se a segunda edição deste livro. À época de sua primeira edição, suas pretensões eram singelas: trazer ao público leitor de língua portuguesa obras literárias que lhe eram desconhecidas. As sagas são um gênero literário à parte; não são romances, não são novelas: são textos em prosa nos quais se podem, sim, reconhecer semelhanças com esses outros gêneros, e que também possuem muito em comum com as epopeias, mas com elementos próprios. Respeitar com a tradução as idiossincrasias estilísticas das sagas significa, também, demonstrar com a tradução a heterogeneidade do gênero. O tom da narrativa é direto, seco, por vezes reticente, porém extremamente expressivo; há algo entre o discurso do historiador e o coloquialismo do contador de histórias folclóricas. Mesmo com um estilo um pouco estranho aos leitores desabituados, o tradutor não almeja uma cópia da sintaxe do islandês.