Desde a chamada “restauração de Solesmes”, em meados do século XIX, o canto gregoriano tem sido compreendido como um gênero musical vinculado quase que restritamente ao ambiente monástico, cantado lenta e calmamente por indivíduos aparentemente desvinculados da realidade circundante. Engano!As pesquisas musicológicas atualizadas elucidam tratar-se de uma música composta e praticada por cantores profissionais, não necessariamente clérigos, que recebiam uma educação apurada para os padrões da época (alta Idade Média). Além disso, embora tenha recebido o padroado de Gregório Magno (ou Gregório I), surgiu mais de um século depois da morte deste pontífice, em decorrência da introdução do rito romano nos territórios governados por Pepino, o Breve.A presente obra elucida essas e outras questões, permitindo uma apreciação mais consciente desse gênero musical que, segundo o próprio autor, é “o tronco cuja seiva nutriu todos os ramos da música européia”.